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Pares: Kouga x Rei x Tsubasa x Leo, Sigma x Kouga x Leo, Horror x Kouga.
Gênero: yaoi, slash, lemon, romance, fetiche, humor, dark em alguns capítulos, hurt/confort.
Warnings/Avisos: Relacionamento explícito entre duas ou mais pessoas do mesmo sexo (masculino), violência, linguagem baixa, fetiches e fantasias sexuais, non con. Não contém spoiler, continua diretamente do filme Soukoku no Maryu, com algumas alterações. Sigma não morreu apesar de todos acharem que sim.



Doce Sonho (ou um lindo pesadelo)

Capítulo 1 - Untouched


O lugar estava cheio, pessoas deixavam que seus corpos seguissem em movimentos sensuais e sugestivos a cada toque daquela música alta que ali tocava. Apesar de lotado, o estranho caminhava ali com uma grande facilidade, atraindo os olhares de todos os presentes, mas a forma com que ele se movia não permitia com que ninguém ousasse se aproximar. A letra da música parecendo se encaixar perfeitamente com ele.


I go ooh-ooh, you go ahh-ahh
La-la-la-la, a-la-la-la
I can't lie, lie, lie, l-lie, lie
I wanna, wanna, wanna get, get, get what I want, don't stop
Gimme, gimme, gimme what you got, got
'Cause I can't wait, wait, wait any mo-more, more, more
Don't even talk about the consequence
'Cause right now you're the only thing that's making any sense to me
And I don't give a damn what they say or what they think, think
'Cause you're the only one who's on my mind
I'll never ever let you leave me
I'll try to stop time for ever
Never wanna hear you say "goodbye" (bye, bye, bye)
I feel so untouched
And I want you so much
That I just can't resist you
It's not enough to say that I miss you
I feel so untouched right now
Need you so much somehow
I can't forget you
Been goin' crazy from the moment I met you
Untouched-un
And I need you so much

O casaco branco que ele vestia destoava de sua roupa negra, assim como o semblante sério não condizia com aquele local. Homens e mulheres olhavam com desejo o corpo perfeito e esguio do estranho e procuravam uma brecha para se aproximar dele, o que pelo visto, não seria possível. E todos achavam que a música era somente por ele.

See you, breathe you, I want to be you
A-la-la-la, a-la-la-la
You can take, take, t-t-take, take time, time
To live, live the way you gotta, gotta live your life
Gimme, gimme, gimme all of you, you, don't be scared
I'll see you through the lonely nights of wanting more, more, more
Don't even think about what's right or wrong or wrong or right
'Cause in the end it's only you and me
And no one else is going to be around
To answer all the questions left behind
And you and I are meant to be
So even if the world falls down today
You still got me to hold you up, up
And I would never let you down
I feel so untouched
And I want you so much
That I just can't resist you
It's not enough to say that I miss you
I feel so untouched right now
Need you so much somehow
I can't forget you
Been goin' crazy from the moment I met you
Untouched-un, untouched
Untouched-un, untouched
Untouched-un, a-la-la-la, a-la-la-la
Untouched-un, a-la-la-la, a-la-la-la
I feel so untouched
And I want you so much
That I just can't resist you
It's not enough to say that I miss you
I feel so untouched right now
Need you so much somehow
I can't forget you
Been goin' crazy from the moment I met you
I feel so untouched
And I want you so much
That I just can't resist you
It's not enough to say that I miss you
I feel so untouched right now
Need you so much somehow
I can't forget you
Been goin' crazy from the moment I met you
Untouched-un, untouched
Untouched-un

Kouga Saejima olhava impassível para os estranhos ao seu redor, não esboçando nenhuma emoção, todos os sentidos ligados em descobrir onde o horror que caçava estava escondido. Indo em direção onde ficavam as salas privativas da casa noturna, ele ouviu Zabura dizendo que estavam próximos ao objetivo. Ele havia acabado de passar por uma das portas escuras, quando seu caminho fora bloqueado por um rapaz alto, o cabelo longo e loiro caía pelo rosto jovem e bonito. Era mais alto que o próprio Kouga e seus olhos cinzas se fixaram nos do cavaleiro. 

Acontecera tão rápido, até mesmo para o cavaleiro dourado. Ouvira Zaruba falar sobre o Horror estar próximo, desviando os olhos do humano ao seu lado. Quando conseguiu processar o que acontecera, Kouga já estava imprensado contra a parede e o loiro o beijava. Pego pela surpresa, a reação de afastá-lo com um empurrão viera lenta demais, acontecendo depois de sentir as mãos dele em seu corpo, descendo por sua cintura e indo para seu baixo-ventre.

            - Ora ora… é assim então que o poderoso Garo faz suas caçadas? - a voz debochada do cavaleiro prateado soou, fazendo Kouga se afastar do estranho, o empurrando longe com um rosnado.

            - Não precisa essa cena toda, né? Pelo que pude ver parecia estar bem interessante... velhos amigos? - Rei perguntara, o meio sorriso que vivia para atormentar a vida do outro cavaleiro já estampado no rosto.

            - Kouga! Cuidado! - Zaruba avisara, a mulher que eles estavam caçando surgindo atrás deles, jogando o estranho contra o Garo, já se transformando por completo. Não havia tempo, não havia o que fazer, foi apenas por um segundo.
Kouga se desvencilhou do loiro, praguejando contra si mesmo e sua estupidez. Sempre era distraído pelas atitudes do Zero, mas nunca cometera tantos erros de principiantes de uma única vez. Ele levantou o rosto, o horror sendo bloqueado pela armadura prateada, não tendo tempo de reagir e sendo cortado ao meio pelas duas espadas do cavaleiro makai. 
O loiro se levantou, olhando de um para o outro e saindo dali, deixando um mortificado Kouga no chão e um sorridente Rei, já sem sua armadura, de pé. Shiruba conhecia bem aquela expressão, já havia visto ela muitas vezes para temer o que viria a seguir.

            -Né, Kouga.... acho que você me deve um favor. - o moreno disse, esticando a mão para o outro e o ajudando a levantar. - E nem adianta negar, afinal acabei de salvar a sua vida.

Kouga ficou tentado a simplesmente ignorá-lo, dar meia volta e soltar alguma palavra ríspida e sarcástica, ponderando sobre o que acontecera. Rei tinha razão, fora um erro dele, um erro estúpido que quase lhe custara a vida. Se não fosse pela sua presença, com certeza já estaria morto. Resignado e para surpresa de todos, o cavaleiro dourado apenas consentiu com a cabeça.

            - O que você quer como agradecimento? - Kouga perguntou.

Rei ponderou o sorriso ficando ainda mais evidente, falando por sobre o ombro:

            - Amanhã, quero você no meu endereço, às 20:00hs. Sem atrasos e sem desculpas. É o que eu quero. - deu uma piscadinha - Até amanhã, Kouga-kun.

Kouga franziu a teste, irritado com o apelido e a forma de tratamento, querendo arrancar aquele sorriso na base do tapa, respirando fundo:

            - Amanhã, no seu endereço, às 20:00hs. Estarei lá. - disse, entre dentes.

Rei balançou a cabeça, indo para fora da casa noturna, seguindo até onde estava sua moto. No final, tudo saíra melhor do que esperava.

            - Zero, o que pensa que fará? - a voz doce de Shiruba foi escutada - Isso não é exatamente o procedimento correto.

            - Algo que eu queria fazer faz tempo, Shiruba. Espero apenas não estar errado sobre Kouga, ou será meio complicado trabalharmos juntos novamente. - Rei sorriu.

            -Zero.... o que está tramando? - a voz vinda do torço da mão do cavaleiro parecia apreensiva, hesitante.

            - Vamos ver se o príncipe de gelo consegue ser tão quente quanto pareceu hoje. - ele disse, subindo na moto e indo em direção à própria casa, para preparar tudo até a chegada de sua visita.

Nenhum dos dois cavaleiros percebeu o estranho loiro da casa noturna que os observava. O cabelo longo dele agora estava solto e seus olhos iam para o branco rapidamente. Aqueles não eram os primeiros cavaleiros makai que encontrava, mas nunca imaginaria que daria de cara com o famoso Garo.  O selo pelo visto funcionara bem, seu novo pet fazia valer todo o trabalho que o Horror tivera em salvá-lo.

Diferente dos outros, ele tinha um plano para destruir todos os malditos cavaleiros e dominar por completo a Terra. Humanos eram iguais ao gado, alimento e nada mais do que isso, não deveriam causar tantos problemas por esses seres tão insignificantes. Seu plano agora ficara ainda mais interessante, nunca tinha visto o cavaleiro dourado antes. Não seria nenhum problema dar seguimento ao que planejara. Foi um golpe de sorte tê-lo encontrado tão cedo, e principalmente dele, pelo visto, estar tão atordoado. Ainda podia sentir o gosto dele em sua boca e a sensação de sua pele em seus dedos.

O demônio sorriu, lambendo os lábios, antecipando o que realizaria. Em breve, aquele cavaleiro seria dele, ele estaria a seus pés e todos os cavaleiros seriam destruídos. A era dos horrors voltaria.

***************************************************************************************************

Gonza entrou nos aposentos pessoais de seu jovem mestre. Kouga-sama estava recluso desde que chegara na noite anterior, o humor que não era o melhor do mundo, parecia ainda pior após a última caçada. As poucas palavras ditas pelo cavaleiro fora que tinha um compromisso no dia seguinte e não queria ser incomodado por nada nem ninguém. O mordomo bateu de leve na porta que dava ao quarto, a vendo se abrir e o cavaleiro makai Garo surgir com sua já conhecida roupa negra. Gonza pegou o casaco branco, o ajudando a vesti-lo.

            - Kouga-sama, demorará em seu compromisso? - O mais velho perguntou, discretamente.

            - Eu não sei, Gonza. Nem sei o que farei lá - Fechando o semblante, Kouga deu meia volta, saindo. - De qualquer forma, não me espere.

Gonza fez um sim com a cabeça, intrigado com o comportamento do jovem que ajudara a criar. Desde o final do relacionamento com a Srta. Kaoru, Kouga agia cada vez mais de forma estranha, principalmente quando se encontrava com Zero. O mordomo da família Saejima apenas não conseguia descobrir se era uma mudança boa ou não.

Kouga ainda tentava entender porque tinha de obedecer qualquer tipo de ordem vinda do cavaleiro do Oriente. Não seria difícil simplesmente ignorá-lo, como já fizera no passado. Mas, lá estava ele, dirigindo em direção à casa do outro, conforme ele havia pedido. Chegando ao local, ele parou o carro em uma rua próxima. Pelo menos desde que mudara de setor, Rei havia escolhido um lugar melhor para morar.

Rei ouviu o barulho do carro, sorrindo. O moreno retirou Shiruba da luva, colocando-a em seu apoio.

            - Desculpe, Shiruba, mas acho melhor você ficar por aqui hoje. A última coisa que preciso é da minha babá durante meu compromisso. - Rei deu uma piscada.

            - Zero, você ainda pode repensar no que fará! Isso tem tudo para dar errado. - A voz do medalhão soou, alarmada e preocupada com seu cavaleiro.

            - Confie em mim, Shiruba. Eu sei o que estou fazendo. Agora comporte-se, em breve Zaruba irá lhe fazer companhia. - Rei foi até a porta, indo abri-la antes que Kouga resolvesse simplesmente entrar como sempre fazia.

Rei abriu a porta, olhando o cavaleiro dourado: tão previsível ele simplesmente vir com as roupas que usava para caçar, sem saber que hoje ele seria a caça e não o caçador.

            - Seu guarda-roupa deve ser difícil de ser arrumado, né Kouga? Entre. - Dando espaço para o outro. Apesar da brincadeira, Zero também usava as roupas de sempre, mas poder ver a reação de irritação que o outro tinha era sem preço.

            - E imagino o seu - O mais velho disse, já entrando na sala. A casa era antiga e grande, pelo visto algum lugar que Rei havia invadido, mas estava até que bem-arrumada. - Bom, vamos acabar logo com isso, Rei. O que você quer?

            - Ora ora, estamos ansiosos, pelo visto. Assim não tem graça, Kouga-chan. Um encontro precisa ter mistério, precisa ter suspense, não simplesmente já chegar na ação. - Rei disse, vendo o outro ficar ainda mais irritado. - Está bem, está bem. É bem simples: você vai deixar Zaruba ali e virá comigo, sem perguntas, sem protestos, sem falar nada. Você vai deixar que eu faça o que bem entender com você, até a hora que eu falar que está livre para o mesmo. - O moreno disse, apontando onde estava Shiruba.

            - Acha que vou fazer uma insanidade dessas? Com que propósito? – Kouga respondeu irritado.

            - Bom, você me deve de ontem e deu sua palavra que faria o que eu quisesse, não é? Kouga-chan disse que faria o que eu quisesse e é isso o que quero. Não seria um medo bobo que faria com que o grande Garo fugisse, afinal sou apenas eu. O que poderia acontecer de errado? - Rei falou, se aproximando devagar. Sabia que o uso do chan deixaria o mais velho com vontade de esganá-lo, confirmado pelo olhar duro e seu rosto cada vez mais sombrio.

A vontade de Kouga era de arrancar aquele sorriso debochado na base da violência, mostrar quem era o chan ali, respirando fundo e conseguindo manter um pouco do controle, ele disse entre dentes:

            - Está bem, será como você quer. - O cavaleiro makai segurou o anel em sua mão, levando Zaruba para o apoio vazio que estava em um móvel próximo a eles.

            - Hei, Kouga. Isso não me parece certo. Não gosto nada de estar longe de você assim. Principalmente com esse aí. - Zaruba disse, ouvindo Shiruba ficar indignada.

            - Esse aí, olha como fala do Zero. Mais fácil seu cavaleiro fazer algo com ele do que o contrário. - O medalhão disse.

            - Hei Shiruba, já disse antes: comporte-se. Você e Zaruba passarão um tempo de qualidade agora, juntos. - Rei disse, ouvindo a resposta resmungada do medalhão. - Né, Zaruba, prometo que não causarei nenhum trauma permanente, nem dano no seu dono.
Kouga viu Rei seguir para uma porta a esquerda, o chamando com a cabeça. Resignado, o cavaleiro dourado seguiu o moreno, vendo que dava para uma escada e, possivelmente, ao porão da casa. Chegando lá, o local era amplo e estava escuro, parecendo ser um salão, talvez o local onde o Zero treinasse. No centro havia apenas uma cadeira, duas argolas de ferro chumbadas no chão, com correntes curtas presas a essas argolas e grilhões nas pontas. A cadeira era larga, ao que parecia, de uma madeira resistente.

Rei segurou o braço do Kouga, chamando a atenção dele:

            - Tire o casaco, Kouga-chan e sente-se ali. - apontando a cadeira. Vendo que Kouga ia protestar, ele levantou o dedo. - Na na ni na não, Kouga-chan. Sem protestar, sem reclamar. Apenas faça. - Rei sorriu, vendo o mais velho engolir a resposta, tirando o casaco branco e o colocando na escada que acabaram de usar, indo até a cadeira.

Como havia suspeitado, o móvel era bem forte, pesado inclusive. Kouga nem teve tempo de pensar, o cavaleiro viu Rei se aproximar com algo nas mãos, um tipo de pano? Ele franziu a testa quando o moreno ficou entre suas pernas, forçando as mesmas a ficarem entre abertas, puxando o cabelo dele.

            - Ne, Kouga-chan, seu cabelo é praticamente vermelho. Sempre me perguntei se seria tintura ou natural - Disse, sem esperar a resposta. Rei pegou a venda, colocando ela no lugar, tampando por completo a visão do cavaleiro dourado. Se afastando um pouco, mas, ainda assim, sem deixar que o mesmo conseguisse fechar as pernas, ele se ajoelhou, pegando os grilhões presos nas correntes, prendendo um em cada pulso. - Acho que vou passar a te chamar assim, ruivinho.

Kouga puxou os braços, sentindo a resistência da corrente. Não seria impossível de ser quebrada, mas teria de usar muito de sua força. Já não estava mais gostando daquele joguinho estranho.

               - O que você pretende, Rei? O que você quer? – Kouga disse por entre os dentes.

           - Sabe, todos se perguntaram exatamente porque o seu relacionamento com a Kaoru não dera certo. Em todos os lugares, era sempre a mesma conversa. No Senado, no campo de treinamento, entre os cães de guarda. Acho que até mesmo os horrors estavam com essa dúvida. Por que vocês se separaram? Alguns falavam que você era incapaz de sentir algo, de querer qualquer tipo de prazer, de conforto. Ouvi alguns dos aprendizes dizendo: parece um príncipe de gelo. - Rei foi falando, o rosto próximo ao do outro, a boca raspando de leve na curva da orelha, o hálito quente dele tocando a pele clara ali, vendo a mesma se arrepiar. "Hum, isso é bom. Como eu imaginava", pensara, continuando a falar: - E eu tinha essa dúvida né? Será que era realmente verdade, o grande Garo era na realidade um bloco de gelo? Ou será que ele precisava de outro tipo de estímulo para derreter até as paredes? Ontem, antes do horror aparecer, pude perceber que não, definitivamente não temos nada de gelo correndo por essas suas veias, né? Aquele beijo poderia ser considerado imoral e proibido em diversos países.

Kouga afastou o corpo, não querendo saber onde aquela conversa absurda ia dar:

            - Você enlouqueceu, Rei. Perdeu por completo a sanidade, só pode. O que quer que seja o motivo é pessoal e apenas diz respeito a mim e a Kaoru. Não tenho nenhuma preocupação com o que os outros pensem ou achem sobre isso. - Falou por entre os dentes.

            - Né, sua promessa, Kouga-chan, não vai querer quebrá-la agora. Não estou nem aí com o que falam ou especulam sobre isso, meu interesse é outro. Você sempre esteve no controle, sempre procurou viver da forma que todos queriam que vivesse. Está na hora disso mudar. Posso estar enganado, mas tenho quase certeza que estou certo. Você não veio apenas porque deu sua palavra. Está aqui porque quer, porque sabe o que eu quero. Porque no fundo, Kouga-chan, é exatamente o que você quer, também. – Rei disse, sem se afastar, passando a mão pelas coxas a sua frente, vendo o outro quase dar um pulo, as correntes o segurando no lugar.

Ele subiu o toque pelo corpo firme e quente do outro, conseguindo sentir cada músculo por baixo do tecido.

            - Pare de lutar, Kouga. Apenas sinta, apenas siga o que seu corpo pede, o que você na realidade sempre quis fazer comigo. Não é verdade? Lá no fundo da sua mente, você já imaginou o que faremos. - Zero foi falando enquanto puxava a camisa negra de dentro da calça, a abrindo, deixando a pele exposta. Ele não queria rasgar a roupa, por isso deixou apenas que a peça caísse ate onde era possível com as correntes, dificultando ainda mais os movimentos daqueles braços, o que não seria problema.

Kouga se contorcia, a respiração cada vez mais rápida. O corpo reagindo de uma forma que nunca imaginaria com os toques que recebia. Parecia que suas veias estavam em chamas, parecia que sua pele derreteria. Parecia um adolescente idiota, visto que o máximo que Zero fizera fora falar e tocar em sua pele e já parecia que ia explodir. Ele entreabriu os lábios, querendo apenas xingar o outro cavaleiro. Rei percebeu o movimento, aproveitando e o segurando pelo cabelo, iniciando o beijo. Como tudo que envolvia aqueles dois, não era um beijo calmo, doce. Era a explosão violenta entre o desejo e o controle, a busca pelo comando de um deles, a busca pela rendição completa do outro.

Rei não parou o beijo, puxando com força os fios avermelhados em suas mãos, deixando a cabeça do Kouga em um ângulo onde ele não poderia se afastar, levantando com o outro dessa forma. Ao ouvir o gemido baixo e rouco misturado com um barulho indignado, ele se afastou. Ver o sempre controlado e impassível Garo daquela forma: os lábios molhados e inchados, com um pouco de sangue escorrendo pelo canto, a respiração falha e ofegante e visivelmente excitado, não tinha preço. Valia qualquer tipo de penalidade ou punição que pudessem lhe ordenar.

            - Está na hora que você descubra quem é o chefe aqui, Kouga-chan. Eu estou no comando, você está nas minhas mãos. Entendeu? Vamos lá, diga quem manda aqui. - Rei disse, ainda com a boca próxima ao outro, meio abaixado, vendo o outro tentar se soltar e rosnar baixo. - Acho que ainda teremos de continuar com o adestramento.

Sem soltar a mão que segurava o cavaleiro pelo cabelo, Rei levou a outra até a calça dele, a soltando com certa dificuldade.

            - Kouga-chan, você já está assim? Hum, ah finalmente... uma dúvida a menos para nós, podemos descartar a tintura, né? - Olhando os pelos ruivos que surgiram. - Tenho certeza que gostará disso, adorará na realidade.
Soltando o cabelo, Zero se ajoelhou novamente entre as pernas do Kouga, tirando o sexo duro de dentro da calça, passando apenas a ponta da língua pela glande rosada. O cheiro característico do Garo, aquele cheiro que sempre o deixava meio atordoado, ali era ainda mais marcante.

Kouga levou um susto, aquilo já era mais do que podia permitir, o instinto de levantar o braço e tentar afastar o outro foi maior do que qualquer tipo de promessa feita. O barulho da camisa se rasgando o fez parar, as correntes sem ceder um milímetro sequer.

            - Ah... ahh... Rei! O que pensa… - a frase fora interrompida pelo moreno, que puxara novamente Kouga pelo cabelo, o calando com um outro beijo ainda mais selvagem.

            - Eu disse: sou eu que mando aqui, Kouga-chan. Vou ter de pensar em uma forma de punição para você por ficar interrompendo seu adestramento. E acho que sei qual a melhor. – Rei disse.

Sem esperar por qualquer tipo de resposta, Rei voltara a atenção para a ereção em sua mão, a engolindo com fome, sugando a carne até sentir todo o corpo do cavaleiro começar a tremer.  Rei mordia, sugava, puxava com a língua cada parte da carne dura, ouvindo os gemidos cada vez mais altos, o sentindo começar a chegar no clímax, parando tudo o que estava fazendo, segurando a base do sexo, arrancando um gemido de dor e protesto dele. “Não tão fácil, Kouga-chan, antes você vai implorar”.

            - Está bom, hum? Já consegue dizer quem manda aqui? Ainda não? Tudo bem, ainda temos muito o que fazer - Zero enfiou a mão no bolso, retirando o pequeno pacote que estava ali. Ele pegou o anel de silicone entre os dedos, colocando ele na base do sexo duro em suas mãos, a resposta sendo quase que imediata, com o gemido de dor e prazer vindo dos lábios do Kouga e o tremor que percorrera se corpo. - Vamos usar esse brinquedinho aqui e eu vou continuar o que fazia, pois estava muito bom.

Kouga sabia onde o outro queria chegar, ele queria ouvi-lo implorando, pedindo, chamando seu nome. Ele jogou a cabeça para trás quando sentiu aqueles lábios de novo no seu sexo. O que ele fazia com a boca, a língua, aqueles dentes. Quando Rei passava devagar os caninos por sobre a pele sensível da cabeça. Nunca sentira algo assim, a mente nublada apenas conseguia seguir a sensação que tinha, o único pensamento coerente que tinha era o de gozar, simplesmente. Mordendo os lábios para impedir de se render daquela forma, Kouga parecia que ia virar cinzas.

Rei chupava com fome, massageando e estimulando toda a base da ereção, indo até as bolas claras e com poucos pelos vermelhos, sentindo a resistência começar a cair, sentindo ele corresponder aos poucos, movendo um pouco o quadril conforme Zero o sugava.
Ele levantou os olhos, vendo a muralha ruir, a cabeça para trás, os braços bem presos enquanto uma fina camada de suor já aparecia por sobre a pele branca.

            - Diga, Kouga: o que você quer? Hum? – Rei disse com um sorriso na boca.

            - Eu, ahhh... eu... preciso... Rei... por favor.... - Kouga disse, já sem se importar com mais nada.

            - Então diga, diga quem é que manda aqui. – Rei provocou.

            - Você, Rei. Você é quem manda. Por favor? – Kouga tremia todo.

Rei sorriu, sabia por que Kouga se entregara. Não fora por derrota, não fora por se sentir inferior. Fora porque ele entendera o que estava acontecendo. Indo ate onde tinha colocado o anel e o retirando, dando uma mordida de leve na base e indo ate a glande, o cavaleiro prateado colocou um dos caninos ali, bem no buraquinho, aquilo sendo o bastante para levá-lo ao clímax, o jorro quente e branco escorrendo por entre seus lábios entreabertos.  Zero lambeu cada gota que escorreu por seu queixo e pelo sexo em suas mãos, o vendo permanecer ainda meio ereto.

            - Né, Kouga-chan, pelo visto não é só a sua armadura que é dourada e mais forte. Sua estâmina é exatamente do jeito que imaginava. - Rei subira pelo corpo do cavaleiro mais velho, beijando, lambendo e mordendo a pele que estava a mostra, principalmente onde as cicatrizes de suas muitas batalhas estavam. Kouga tinha o corpo marcado pela luta contra os horrors, mas, ainda assim, mantinha um ar perfeito, como se aquelas marcas apenas o deixassem ainda mais incrível, único. Chegando a boca dele, o beijo agora parecia mais calmo, sem perder a energia e demanda de antes, a mesma paixão e necessidade, apenas mais resignado em seu conteúdo. Quando ele abrira os lábios, Zero aproveitara para deslizar a língua por dentro daquele lugar. O gosto de Kouga parecia estar mais preciso, era forte, quente, marcante, quase como canela, praticamente um doce.

Rei passou as pernas ao redor da cintura do outro cavaleiro, sentando em seu colo de frente a ele, movendo a cabeça e o fazendo acompanhar aquele beijo, tão obsceno, tão impróprio, imoral. Delicioso.

            - Acho que podemos seguir com o adestramento, né Kouga-chan? Você sabe o que virá agora, hum? Duvido que acerte o que quero fazer agora. - Zero disse, lambendo o queixo do outro cavaleiro, se afastando um pouco para tirar a blusa que usava, olhando ao redor e balançando a cabeça. - Sabia que havia esquecido algo. Bom, vou ter de me virar aqui mesmo não, é?

Saindo de seu colo, Rei tirou a calça, a jogando de lado e pegando o tubo de lubrificante que havia colocado ali, espalhando a creme em sua mão e indo ate o sexo do Kouga, começando a subir e descer a palma da mão por toda a extensão dele. A manipulação o deixando duro por completo.

            - O que... Rei, o que ... Ahhh... deuses, o que... o que... - Kouga jogou a cabeça para trás.

            - Você já era coerente e comunicativo antes, né? Consegui piorar o que já era ruim. Tudo bem, no resto você é muito bom, Kouga-chan. - Zero sorriu, pegando o resto do lubrificante e colocando entre os dedos, o cavaleiro sentou novamente no colo do mais velho, apesar dele não conseguindo enxergar, deixando claro o que fazia.

Inclinando o corpo, Rei posicionou os seus dedos em sua entrada, preparando o lugar para o que realmente queria. Kouga ouvia os gemidos do moreno, o rosto avermelhado pelo que ele imaginava que acontecia, sentindo a ereção do Rei se esfregar contra a sua, a pele macia do outro deslizando em movimentos eróticos. Ele sentiu quando o moreno apoiara em seus ombros, elevando o corpo com a mão segurando sua ereção e o guiando para dentro de si. Deuses, aquilo era impossível, aquilo era absurdo, aquilo era maravilhoso. Rei puxou o corpo com força contra o outro, comandando o movimento e forçando a passagem. Kouga era maior do que imaginara, a dor era quase insuportável, mas valia a pena.

Rei começara a mover o corpo, subindo e descendo por toda a ereção dentro de si, o enterrando cada vez mais fundo, a dor dando lugar ao prazer, vendo o sangue começar a escorrer onde as algemas prendiam os pulsos do Kouga, os dois já haviam se transformado em uma sinfonia de gemidos. Não havia mais nenhum controle ali, apenas a busca sem fim pelo prazer. Quando o sexo duro encontrou sua próstata, Zero soltou um grito baixo, sentindo o canal se contrair ao redor dele, ouvindo um grunhido mais primitivo sair da garganta do amante.

Amante, Kouga finalmente era seu amante. O cabelo longo e liso já estava todo colado em seus rostos enquanto se beijavam, enquanto o clímax percorria por seus corpos, subia em sua espinha e descia devagar, a sensação de que precisava de alívio ou morreria, um movimento mais forte com o quadril, o ângulo certo e Rei gozara, o líquido quente de seu esperma escorrendo por entre os dois, fechando por completo o canal por sobre o membro duro, fazendo com que Kouga o seguisse no orgasmo.

Kouga sentia o corpo leve como nunca havia conseguido antes, a mente ainda estava nublada, as mãos estavam úmidas, possivelmente por seu sangue que ainda escorria ali. O barulho das correntes quando ele tentara se mover foi o que despertara Rei do torpor, ainda sem sair do colo do cavaleiro dourado, ele levou a mão ate a venda, a retirando, deixando o pano negro cair no chão. Aquele era o momento mais delicado, era agora que ele saberia se seu plano tinha dado certo.

Kouga abriu os olhos, se acostumando com a luminosidade do local, observando cada detalhe do rosto a sua frente.

            - Já terminou tudo que queria, Rei? - perguntou, recebendo a afirmação com a cabeça do outro. - Ótimo, então estou livre, correto? Me solte.

            - Kouga...- Rei disse, sendo interrompido pelo outro.

            - Foi esse o acordo, me solte. - Kouga disse, sério.

Zero balançou a cabeça, soltando um gemido baixo e retirando o sexo semiflácido de dentro de si, o pensamento de assombro passando pela sua cabeça e indo até sua boca mais rápido do que deveria:

            - Ainda? Isso sim é que é estâmina e fôlego, hein? - Rei falou indo ate onde tinha escondido as chaves e soltando as algemas dos pulsos machucados.

Esperando pelo soco ou alguma outra reação mais violenta, Rei se afastou rapidamente quando Kouga levantara e fora em sua direção. O que ele não esperava era ser jogado contra o chão, o corpo do outro pesando por sobre o seu, o beijo calando qualquer tipo de comentário debochado, sarcástico ou engraçadinho.

Rei sentiu as mãos do cavaleiro dourado em seu corpo, a pele grossa pelos treinos, o calor que irradiava de seu corpo. Ele deixou o beijo continuar, os corpos se esfregando um de encontro ao outro.

Kouga precisava daquilo, precisava colocar as mãos por todo o corpo do cavaleiro mais novo. Ele retirou o resto da camisa que usava, pouco se importando com o estado dela, já em trapos. Se afastando o mínimo que podia, retirou a calça que já estava aberta com as botas, voltando a se deitar por sobre o corpo do Zero, percorrendo ele com as mãos e com a boca. Cada pedaço de pele sendo mordido, lambido, sugado, acariciado.

Era como se ele tivesse a necessidade de memorizar cada curva do outro, como se estivesse faminto por tempo demais e nada agora conseguisse saciar essa fome.  Não existia nenhum pensamento coerente em sua cabeça, nem resistência. Apenas conseguia sentir e seguir o que seus instintos lhe ordenavam. Cada gemido e grito que conseguia arrancar do cavaleiro prateado eram como uma ordem para que continuasse, era como uma dose nova da droga que lhe percorria as veias. Tomando o sexo meio ereto com a boca e começando a sugar, segurando a cintura fina com as duas mãos e o mantendo firme no lugar, Kouga conheceu sua nova droga de escolha: a voz do Zero, rouca e embargada, falando apenas o seu nome como um mantra, uma prece de pura obscenidade.

Zero sabia que gozaria, sabia que explodiria, que iria simplesmente derreter. Deuses, o que Kouga estava fazendo com a língua? E com os dentes? Estava completamente fora de si, tão alto que nem percebeu quando fora virado no chão e colocado de bruços, o quadril puxado pra cima, com o cavaleiro mais velho se esfregando em seu corpo. O peso dele em suas costas, as mãos firmes em sua cintura, a ereção dele encontrando sua entrada e forçando a passagem e o preenchendo por completo. Nem gritar ele conseguia mais, nem mover o corpo sozinho, apenas conseguia acompanhar as estocadas. Era daquele jeito que o queria:  indomado, uma fera selvagem.

Não fora necessário muito tempo, com poucas estocadas ambos caíram do precipício, Rei já no limite gozara primeiro, seguido logo depois pelo Kouga, os dois caindo no chão, o moreno apoiando o rosto com os braços, enquanto sentia a respiração do outro corpo em cima do seu. O lugar em pleno silêncio, somente o barulho da respiração de ambos podendo ser ouvida.

Kouga não sabia quanto tempo passara ou se realmente passara algum tempo, apenas que fora o primeiro a recuperar a noção da realidade. O Garo saiu com cuidado de dentro de Rei, deitando ao lado dele, esperando que o mais novo falasse algo, essa parte nunca sendo muito sua área. Ele virou o rosto em direção ao moreno, o vendo abrir os olhos e sorrir, parecendo pensar em algo, talvez o que iria dizer para estragar tudo em dois minutos.

            - Fica aqui, hoje. Sempre. Fica. - Rei vira a expressão de surpresa do outro, observara as feições dele relaxar e fazer um sim com a cabeça.

Kouga levantou, puxando o outro, parecendo querer pegar ele no colo.

            - Kouga-chan, você pode ser o seme aqui, mas eu ainda não sou uma dama delicada. - Rei disse, em tom de deboche. - Não precisa me levar no colo.

Kouga deu um meio sorriso, pegando o cavaleiro e o jogando no ombro, arrancando dele um grito indignado. Dando um tapa na bunda dele, deixando o mais novo ainda mais surpreso.

            - Acho que vamos ter de rever esses apelidos, Rei-chan. Esse fica muito melhor em você do que em mim. Agora, seu quarto? - Kouga perguntou.

            - Mas o que?? Acho que criei um monstro. Subindo as escadas, segunda porta a esquerda. - Sendo levado dessa forma para lá -  E você ainda consegue me carregar depois de tudo isso? Hei! - Rei gritara ao levar outro tapa, passando pelo local onde Zaruba e Shiruba estava, os dois objetos ficando em pleno silêncio quando os dois surgiram ali.

            - Hei, Zaruba-chan. Viu? Inteiro. Um pouco marcado, mas posso garantir que estou em pior estado. KOUGA. - Rei levantara a cabeça, com o tapa ainda mais forte que levara, já deixando a marca na anca clara do Zero. - S&M ainda é coisa muito pesado para um início de relacionamento. Diferente do que todo mundo acha, eu não gosto de apanhar, não.

            - Que pena! Você fica realmente lindo quando apanha. - O cavaleiro dourado foi ate o local indicado, encontrando a cama e deitando Zero nela, não com muita delicadeza. - Todo suado, descabelado.

Vendo a cara de surpresa do Rei, Kouga deu uma gargalhada, deitando e puxando o moreno para si, terminando aquela conversa.

            - Se eu pudesse filmar isso e mostrar para os outros, eles fariam mais fila do que já fazem por você. - Rei resmungou, fechando os olhos e aproveitando do calor que vinha do outro, adormecendo quase que na hora.

            - ....... Eu não sei o que falar - Zaruba disse, ainda pasmo.

            - Zaruba, existe uma primeira vez para tudo. Inclusive para você ficar sem palavras. - Shiruba disse.

            - O que quer dizer com isso???? - Zaruba falou, indignado

Shiruba deu um suspiro, o medalhão parecendo até balançar a cabeça, achando melhor deixar aquilo de lado. Pelo menos Rei conseguira o que queria.

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Rei abrira os olhos, virando na cama e sentindo o corpo firme ao seu lado. O moreno sorriu, olhando a figura adormecida e relaxada do amante, tão diferente do que era normalmente. Era incrível que tivesse conseguido a confiança tão rápida de Kouga, talvez porque estivesse na natureza dele confiar nas pessoas, talvez porque era ele a pessoa em questão.

Zero soergueu o corpo, tirando o lençol um pouco de cima, vendo cada detalhe daquele corpo que tanto desejara. Deuses, Kouga era ainda mais bonito daquela forma, parecia até uma pessoa normal. Apesar de sempre falar em tom de brincadeira e para irritar o mais velho, Rei comparava o cavaleiro dourado a um príncipe não por inveja ou por sarcasmo. Era o que ele sempre lhe parecera, um príncipe perfeito. O moreno seguiu os olhos, guardando para si cada parte de seu corpo, pousando os olhos no sexo meio duro e sorrindo.

            - Posso dizer para todos que é de ouro realmente. - Disse, com um sorriso sacana nos lábios. Agindo por impulso e querendo muito acordar o outro da melhor forma possível, Rei se aproximara devagar, descendo e ficando com o rosto a milímetros daquele membro.
Ele fez um bico com a boca, segurando apenas a glande, dando um pequeno selo ali, subindo os olhos em direção a figura adormecida, engolindo devagar a carne rosada e sugando.

Kouga sentira a pressão aumentar em seu baixo-ventre, a mente recobrando a consciência e saindo do mundo dos sonhos. A primeira coisa que percebera fora a cascata negra que cobria seu quadril. A segunda era o que ele estava fazendo. Jogando a cabeça para trás e segurando a cabeceira da cama com uma das mãos, Garo seguiu o fluxo que Rei demandava, falando o nome dele com a voz de quem acabara de acordar.  Zero não parou até sentir o gozo dele em sua boca, ate ouvi-lo ofegar e gritar, até se sentir satisfeito.

Lambendo a última gota do canto de sua boca, Zero observou o mais velho controlar a respiração, deitando por sobre ele, falando baixo em seu ouvido:

            -Tellement or comme du reste tous et plus doux que le miel pur. (Tão dourado quanto o resto todo e mais doce que o mais puro mel). - Disse, dando um beijo longo nele. - Bonjour, mon beau prince. (Bom dia, meu lindo príncipe.)

            - Francês pela manhã. Minha lista de coisas eróticas somente aumentam. - Kouga disse, sorrindo para o outro. - Bom dia.

            - Coisas eróticas, é? Hum, bom saber. Apesar de que, com certeza, não deve ser tão longa quanto a minha. - Rei sorriu.

            - Isso eu tenho certeza que não é. Ninguém deve vencer a sua lista, Rei. – Kouga disse irônico

            - Hei! É dessa maneira que você trata seu namorado? – Rei disse indignado

            - Namorado? – Kouga o olhou surpreso.

            - Claro, você não é do tipo que tem um amante, Kouga...-kun. – Rei disse sincero e ainda assim, provocando o outro.

            - Kouga-kun, é? Então eu acho que gostarei de tê-lo como namorado, Rei-chan. – Kouga respondeu divertido.

            - Com certeza, Kouga-kun. O melhor namorado que já teve. Fico imaginando a decepção do seu fã-clube quando souber disso. - Rei disse, entre risos.

            - Meu fã-clube? E isso existe? - Kouga disse surpreso para o moreno

            - Ah Kouga, você não pode ser cego, né? Só por cima temos Jabi, Rekka, Tsubasa e Leo. Isso sem falar os guardiões e cães de guarda, todos babando por você. – Rei respondeu, incrédulo.

Kouga fechou os olhos, realmente nunca percebera essas coisas, nunca ficava prestando atenção nos outros. Rei observava a reação de surpresa do outro, sorrindo:

            - Você realmente não tinha percebido. Ah, que fofo. Nunca vi alguém tão ingênuo quanto você, às vezes. - O moreno parou, o rosto assumindo aquela cara de travessuras que sempre usava quando queria provocar - Não digo as meninas, mas deixo você brincar com os dois filhotinhos. Aliás, eu adoraria ver você brincando com os dois, acho que não existiria nada mais quente.

Kouga olhou espantado para o Rei, ficando sem reação, indo responder e sendo interrompido por um beijo.

            - Mas isso fica para depois, né? Agora um banho e café. E você vai precisar de uma das minhas camisas. Vem. - Ele levantou, puxando o Kouga em direção ao banheiro - E como agora eu tenho um namorado rico e que pode me sustentar, vou aproveitar para comer muitos doces, mas antes, a fantasia de transar no chuveiro.

Kouga foi sendo arrastado, pensando no quão difícil seria sua vida a partir daquele momento, mas sorrindo da mesma forma.

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