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Doce sonho (ou um lindo pesadelo)

Capítulo 5 - Strangelove


Tsubasa virou na cama, abraçando a cintura de Kouga e esfregando o rosto contra o peito dele. O moreno abriu os olhos, se acostumando com a luz que entrava no quarto. Quarto? Ele olhou ao redor, vendo que estava no quarto do ruivo, sem se lembrar de como exatamente chegara  ali.

            - Eu te carreguei no colo. - Ele ouviu o namorado dizer, ficando com o rosto vermelho, virando pra ele e encontrando um sorridente Kouga. - Você precisa parar de chegar no ponto de esgotamento e desmaio, Tsubasa.

            - Não sou tão pesado assim. - O moreno disse, fazendo um bico como a criança que era, arrancando uma risada do Garo. - Hei!

            - Tsubasa, você não é pesado. Minha preocupação não tem nada a ver com seu peso e sim com a sua segurança.- Kouga viu o rapaz ficar ainda mais vermelho, tocando onde estava a nova cicatriz no ombro dele. - Preciso que tome cuidado, não quero ficar viúvo antes de casar propriamente, não é?

            - Casar? Hein? - Ele viu Kouga se aproximar e o puxar pela cintura, fazendo com que seu baixo-ventre se esfregasse de encontro ao dele, movendo o quadril como se o estive estocando, de forma lenta e sensual, arrancando um gemido longo do mais novo. - Ahhh, Kouga..


Kouga continuou a se esfregar de encontro ao corpo do outro, praticamente o masturbando com a própria ereção, os dois membros duros juntos. Ele puxou o rosto do moreno pra si, iniciando o beijo, só parando quando sentiu o jato úmido molhar a ambos. Tsubasa ficou quieto, preso entre os braços do ruivo, recuperando o fôlego aos poucos. Ele ainda iria se acostumar a acordar todos os dias daquela forma. Seria tão difícil ficar longe dele, deles. Deles?

            - Kouga, onde está Rei e Leo? - ele perguntou

            - Na casa do Rei, eles acabaram adormecendo lá e eu não queria acordá-los. O que me lembra que precisamos levantar. Vou aproveitar a comida que Gonza fez ontem para o Jantar e levar para eles. Temos muito o que fazer hoje.- Kouga viu a hora, suspirando depois.

Tsubasa fez um sim com a cabeça, aceitando a mão do mais velho e saindo da cama, seguindo com ele para um banho rápido.

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Rei já procurara pela casa toda desde a hora em que acordara apenas com Leo no quarto. Ele levantara e fora atrás de encontrar os outros. Zero entrou na sala, não vendo ninguém e já indo para as outras partes da casa quando Shiruba o chamou.

            - Zero, eles foram embora ontem a noite. Garo pediu para avisá-lo disso e disse que voltaria hoje cedo. - Ela falou pausadamente.

            - Como assim ontem a noite? - Rei pegara Shiruba na mão, sem perceber que Leo surgira na porta da sala, ouvindo a conversa deles.

            - Vocês foram para o quarto, logo depois ele apareceu aqui, pegou Dan no colo e foi embora. Zero, o que está acontecendo? Garo me parecia estranho, triste. - Ele viu o cavaleiro socar a parede, soltando um palavrão. - ZERO.

            - Rei-san, você se machucará desse jeito. - Leo disse, tentando controlar as lágrimas, indo ate o mais velho, vendo se machucara a mão.

            - Vou tomar um banho e sair para comprar algo para comer, não se preocupe que estou bem. - Rei balançou a cabeça, soltando a mão do Leo. Ele respirou fundo, disfarçando e saindo dali.

Leo deixou o outro cavaleiro sair, se sentando no sofá, não suportando mais e começando a chorar, silenciosamente. Como ele conseguira estragar tudo?

            - Você está se culpando e se exigindo demais, Leo. - A voz de Eruba soou, o anel vendo as lágrimas escorrerem pelo rosto do seu cavaleiro. - Antes que comece a se culpar ou a se martirizar, tente conversar com Garo.

            - Não há o que conversar, Eruba. O que falarei? Eu devia saber que só complicaria as coisas, estragar tudo para os outros. - Leo falara, limpando as lágrimas que teimavam em cair. - Apenas queria que ele soubesse o quanto o amava, o quanto era amado.

            - Então, faça com que ele saiba. Nem parece o cavaleiro habilidoso que vi crescer, o monge orgulhoso  que chamou a atenção do Senado e que fora indicado como o sucessor do Monge Amon. Leo, você começou e não há mais retorno. Agora siga em frente com sua escolha. - O anel disse, tentando fazer com que seu cavaleiro a entendesse.

Leo ficou calado, pensando em tudo que escutara, sem conseguir parar de chorar ainda. Rei ficou parado, ouvindo o choro baixo do monge, ficando ainda mais revoltado consigo mesmo. O moreno estava culpando a pessoa errada pelo estrago. Zero passou as mãos pelo cabelo longo e negro, se permitindo finalmente liberar a angustia que tinha no peito. De todas as merdas que já fizera na vida, nunca uma voltara em sua face tão rápido quanto aquela. Odiava chorar, odiava se lamentar, mas era a única coisa que podia fazer.

Fora até o banheiro e ligara a água do chuveiro, ouvindo um barulho e virando, vendo Leo ali, indo falar para ele sair, mas parando ao ver a expressão do mais novo. Esticando a mão para o Lord, Zero o trouxe para perto, ficando com ele entre os braços. Nenhum dos dois falara nada, apenas ficaram ali, quietos.

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River se aproximou do horror, ficando um pouco atrás dele. Sheloh estava com vários livros abertos, lendo algo.

            - O que deseja, River? - o demônio disse, sem se virar.

            - Tenho informações referentes aos cavaleiros makai, mestre. O responsável por Kantai participou da caçada às iscas que enviou ontem para o Garo. - Ela disse.

            - Eles já mataram todas as iscas? - Sheloh perguntou, distraído.

            - Não, mestre. As especiais que havia preparado ainda estão soltas. - A ruiva respondeu se curvando.

            - Ótimo, vamos ver como Zero e os outros irão se portar diante desses brinquedos. - O loiro sorriu, virando para a ampulheta que tinha no quarto. - Mais alguns dias, River. Mais alguns dias e Garo estará no meu poder.

Ela sorriu, fazendo uma reverência e saindo.

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Leo seguiu o Rei, os dois ainda sem falar nada. Haviam tomado um banho, apenas isso e iam sair para comprar algo para comer. Os dois pararam ao ver Tsubasa sentado na sala, o cavaleiro sentado com a cabeça apoiada nas mãos, sorrindo para os dois quando entraram ali.

            - Bom dia! Desculpem a demora. - Dan dissera, levantando. - Kouga, eles já estão acordados.

            - Ótimo, então já podemos comer. - A voz de Kouga soara da cozinha, com Dan indo pra lá.

Rei e Leo se olharam, os dois seguindo Tsubasa, vendo a mesa toda arrumada e cheia de comidas. Kouga estava terminando de arrumá-las ali, se virando para os dois cavaleiros e sorrindo. Leo observou o Garo vir na sua direção e segurar seu rosto, dando um beijo em sua boca. Ele fez o mesmo com Rei, demorando um pouco mais com o moreno, se afastando depois.

            - Por que foi embora ontem a noite, Kouga? - Rei perguntou, sem pensar e se filtrar, querendo engolir o que dissera.

            - Você e Leo haviam adormecido, e não caberia eu e Tsubasa na sua cama, Rei. E ele precisava descansar, não tinha porque ficar sem dormir conosco tentando se equilibrar naquela cama. - Kouga respondera, retirando de dentro de uma das caixas uma torta de morangos, a colocando onde normalmente Rei sentava.

Rei sentira que ia chorar novamente, engolindo em seco e se segurando, sem conseguir falar e fazendo apenas um sim com a cabeça.

            - Coisa que vamos precisar resolver, pelo visto. Inclusive em casa, já pedi para Gonza arrumar uma cama maior e colocá-la no nosso quarto.

            - Nosso? - os três cavaleiros repetiram, juntos.

            - Nosso, claro. Vocês estão nele também, não estão? - Kouga olhou para os outros três, tentando entender o motivo da surpresa. - Bom, vamos comer. Leo, assim que terminarmos, preciso que você refaça o feitiço de localização. Temos de achar esses horrors hoje.

Leo virou para o Rei, depois para o Tsubasa que já estava sentado e comendo, voltando a olhar o Rei.

            - Vou precisar buscar os dois e dar a comida na boca? Quem sabe sentar os dois no meu colo? - Kouga dissera, vendo Leo ficar vermelho e Rei até engasgar.

Rei até saiu do torpor que estava, sorrindo e decidindo entrar no jogo, fazendo cara de inocente e colocando o dedo na boca.

            - Se Kouga-kun realmente desejar, eu ia adorar. Ganhando comida na boca e no colo dele. - Zero disse, indo devagar ate onde Kouga estava.

Kouga sorriu, se afastando da mesa e dando espaço para o moreno, batendo em sua coxa e esperando. Zero levantou a sobrancelha, não se fazendo de rogado e se sentando, pegando toda a torta de morango para comer.

            - Hei, assim eu também quero. - Tsubasa disse, bravo. - E pela cara, o Leo também.

Leo estava vermelho que nem um pimentão, quase derrubando o que tinha na mão, um prato de peixe grelhado, ficando calado.

            - Cada um terá um tempo. - Kouga disse, dando um beijo de leve no pescoço do Rei, vendo ele se arrepiar inteiro, se afastando. Não era hora para aquilo, de qualquer forma.

Rei tentou controlar a reação que teve com o beijo em seu pescoço, vendo o Kouga se afastar.  Era tão injusta a vida, ser obrigado a caçar demônios em vez de ficar horas com o ruivo na cama, ou na mesa, quem sabe na pia, no chão da cozinha. Ele terminou de comer a torta, levantando do colo do namorado antes que não pudesse nem pensar mais e acabasse o atacando, literalmente.

            - Sua vez, Tsubasa. Aproveita. - Rei levou a xícara para a pia, saindo para a sala - Agradeça ao Gonza pela torta, Kouga-kun, estava deliciosa.

Kouga sorriu, virando para o Tsubasa e o chamando com o dedo, vendo o rapaz ficar vermelho, mas indo assim mesmo, se acomodando no colo do Garo e dando um beijo de leve nele. Leo terminou de comer, levantando e começando a retirar as coisas que sobrara da mesa, guardando elas para mais tarde.

            - Deixa que eu faço isso, Leo. Você precisa trabalhar agora. - Tsubasa disse, pegando as coisas da mão do monge, piscando.

Leo agradeceu, virando para o Kouga e pensando no que ia falar, vendo o ruivo levantar e ir em sua direção. Ia abrir a boca quando ele o pegou no colo, como se fosse uma criança. As longas pernas do monge estavam ao redor da cintura de Garo e ele o segurava pelas ancas, o levando para a sala assim. Rei virou para os dois, dando um meio sorriso sacana. Garo colocou o monge com cuidado no sofá, o ruivo se afastando após dar um selinho em sua boca.

            - Rei e eu cuidaremos da purificação dos locais enquanto vocês procuram pelos Horrors. Qualquer coisa, nos avise. - O ruivo foi ate o Zero, o levando.

Leo apenas fez um sim, levando a mão a boca, meio aéreo.

            - Tantas lágrimas para nada, né Leo-kun? - A voz de Eruba o tirou do torpor, deixando o moreno meio envergonhado. - Agora, quem sabe, você consegue seguir meu conselho e falar com o Garo o que conversamos.

Leo suspirou, fazendo um sim com a cabeça, se concentrando no que deveria fazer, vendo Tsubasa chegar para ajudá-lo.

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Rei já estava achando que ia cometer algum crime, o moreno passou a mão pelo cabelo negro, o jogando para trás. Como é que as coisas puderam mudar tanto, de provocador para provocado? E Kouga nem estava fazendo aquilo de propósito, o ruivo nunca sequer pensaria em algo nesse sentido. Tudo estava indo muito bem, obrigado. Eles conseguiram localizar vários lugares com energia negativa o suficiente para abrir um portal, purificando os mesmos sem grandes problemas. Foi no terceiro local que Zero passara a perceber o cheiro, vanilla. Adorava aquele aroma e parecia que vinha de algum lugar próximo, parecia que vinha do Garo.

Ele até achou aquilo absurdo, procurando se achava a doceria que estaria por perto, mas a região era abandonada, nem pessoas estavam morando por ali, quanto mais teria algum comércio. Não era possível, aquele cheiro vinha do Kouga? Foi tirado do devaneio pelo ruivo, quando esse passara por ele em um beco onde mal dava para andar de lado. Rei sentira o corpo inteiro arrepiar, a pressão do outro em si, a confirmação que era exatamente o Garo que emitia aquele perfume delicioso, enlouquecedor. Tinha vontade de simplesmente jogá-lo contra a parede e se fartar, como em um banquete. Nunca poderiam dizer que não tinha autocontrole, já que não tinha feito isso ainda. Só que depois de ser imprensado, puxado, empurrado, Zero sabia que esse autocontrole já estava indo para o espaço. O perfume era cada vez mais forte, cada vez mais presente, era a única coisa na cabeça do moreno.

            - Rei, você está me ouvindo? - Zero deu um passo para trás quando o rosto de Kouga surgira bem a sua frente, quase respirando o mesmo ar que ele. - Já acabamos, vamos para sua casa.

Ele nem pode responder, o outro já estava longe. Rei não sabia o que tinha feito para aquela tortura toda, mas sabia que estava pagando algum pecado pesado. Sem perceber que era observado, o moreno seguiu o namorado. Sheloh saiu das sombras com River ao lado.

            - Fez o que lhe ordenei, River? - ele perguntara ouvindo a afirmativa da moça - Ótimo, assim ficará mais fácil.

A ruiva sorriu, vendo o loiro seguir e sumir nas sombras, desaparecendo junto.

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Kouga chegou na casa do Rei, olhando a cara com que Tsubasa estava e achando que tinha deixado o cavaleiro errado para ficar com Leo. Dan parecia irritado, o que não era assim um fato estranho e extraordinário, mas olhava bravo para o monge que segurava uma carta vermelha.

           - O que está acontecendo aqui? - disse olhando para os dois morenos.

          - Ordens, está acontecendo algo em Kantai. Solicitaram que Tsubasa-san retornasse imediatamente e, se possível,  com mais alguém para ajudar. - Leo disse. - Pode ser qualquer um de nós menos você, Kouga-sama. O Senado deixa claro que deve terminar de caçar os horrors que apareceram ontem.

Kouga entendera então o motivo da irritação de Tsubasa, respirando fundo. Ele virou para o Rei, achando que era meio arriscado mandar os dois juntos em algo que poderia durar tanto e sem ele para separar uma possível briga. Não tinha escolha, mesmo não querendo aquilo.

            - Leo, você acompanha Tsubasa. Quero que sigam o mais rápido para Kantai e tomem cuidado. Se precisarem de ajuda, avisem. Com ordem ou sem ordem, eu e Rei iremos para lá. - O ruivo colocou as mãos no ombro de Tsubasa, o virando para si. - E assim que tudo terminar, quero os dois aqui. Avise a sacerdotisa Garai que é um pedido meu e que depois me resolvo com o Senado.

Tsubasa fez um sim com a cabeça, vendo Leo já pronto para acompanhá-lo. Dan beijara rapidamente o Kouga, indo ate o Rei:

            - Tome conta de Kouga, Rei. E tome cuidado. - Surpreendendo o Zero, o cavaleiro branco se inclinou, dando um leve beijo em seus lábios e se afastando. - Vamos, Leo.

Leo fez um sim, se despedindo também dos outros dois cavaleiros e saindo com Tsubasa. Rei ficou olhando para o lugar onde Dan estava. Tudo bem que sabia que ia ganhar um beijo do Leo, mas não imaginara que o cavaleiro branco fizesse aquilo. Sorrindo, ele virou para o Kouga que o observava, voltando a ficar sério.

            - Vamos caçar esses horrors. - Rei  desconversou, mudando de assunto.

Kouga não falou nada, virando para onde Leo tinha deixado a localização dos horrors, o feitiço indicando qual o local da cidade onde eles deveriam procurar. Estava na hora de resolver aquilo.

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Era como o inferno. Fogo, gritos e destruição por todos os lados. Tsubasa e Leo chegaram bem no momento em que Jabi destruía um grupo de horrors. Não havia o que pensar ou perguntar. As sacerdotisas lutavam bravamente com a ajuda dos monges que estavam ali, mas eram muitos. Rekka não parava, mesmo ferida ela continuava a atacar. Rin também estava ocupada, protegendo a sacerdotisa Garai. Os cavaleiros entraram na luta, os dois usando de suas habilidades e destreza para destruir o maior número de demônios.

Tsubasa vestiu sua armadura, cortando os horrors enquanto Leo usava tanto a espada quanto seu pincel madou para os destruir. Jabi apenas olhou para o monge, ele entendo o que ela queria com a cabeça, os  dois apontando o pincel, realizando o encantamento. Rekka e Rin acompanhando em outra parte, fazendo com que a energia fluísse. Os quatro gritando, lançando o feitiço que criara uma bola branca.

            - Tsubasa-san, agora! - Leo dissera, vendo o cavaleiro pular por sobre a bola, cravando sua lança e fazendo tudo explodir, exterminando todos os horrors.

Leo caiu no chão de joelhos, vendo as meninas fazerem o mesmo. Essa magia era muito forte e  difícil. Ele levantou e foi até Tsubasa que respirava com dificuldades no chão, já sem sua armadura.

            - Tsubasa-san, você está bem? - Leo colocou a cabeça do moreno no colo, vendo o menino abrir os olhos. - Kouga-sama irá me matar se algo te acontecer.

            - Se algo nos acontecer né? Você não está muito melhor. Conseguimos, pelo menos? - Dan dissera, sorrindo.

            - Sim, todos destruídos. - Leo respondera, meio envergonhado.

            - Irmão! - os dois olharam para a Rin correndo na direção deles. - Você está bem?
Jabi ajudava a Rekka, ficando próxima aos cavaleiros.

            - Leo, você realmente é um prodígio. - A sacerdotisa mais velha disse, vendo as outras concordarem.

            - Deve ser por isso que Kouga deixou que ele acompanhasse meu irmão, para proteger o noivo. - Rin disse toda feliz.

            - Hum. - Jabi olhou para os dois, querendo dizer que na realidade ele tinha mandado os dois amantes, sentindo o cutucão da  Rekka e ficando quieta.

            - Bom, mas como isso aconteceu? O que  motivou esse ataque? - Leo ajudou Tsubasa a levantar, segurando ele pela cintura, arrancando outro olhar de entendimento das três sacerdotisas.

            - Não sabemos, apenas que tem a ver com os horrors que Kouga está caçando para o Senado. - Jabi dissera, seguindo com eles até a sacerdotisa Garai.

            - O que? Então, precisamos voltar. - Tsubasa dissera, dando um passo e caindo de joelhos no chão, sendo amparado novamente pelo Leo.

            - Acho que a única coisa que vocês poderão fazer agora é descansar e esperar que Kouga  e Rei deem conta do serviço. - Rekka falara bem séria.

            - Droga! - Dan falara, vendo que Leo também estava preocupado, engolindo o xingamento que ia soltar.

Eles teriam de aguardar pelo menos até amanhã para retornarem. Seria uma noite longa sem saber o que acontecia com os dois cavaleiros na cidade.

***************************************************************************************************

Kouga seguiu com Rei até a casa abandonada de três andares, os cavaleiros se separando ao entrar no lugar, procurando onde os horrors estavam. O primeiro aparecera na escada, atacando o Garo e o jogando contra a parede. Não soube dizer quantos haviam ali, eram muitos, todos vindo em cima do cavaleiro, que desviou dos ataques. A casa estava muito podre e velha, o chão se desfazendo aos pés do Garo, o fazendo cair no que parecia ser o porão. Não havia muito tempo para pensar, apenas lutar. Ele não percebeu que a maioria dos horrors ali não eram fortes o suficiente para derrotá-lo, mas eram o bastante para fazer com que lutasse com empenho.

Rei sentira o cheiro assim que matara seu último horror. Não era possível, o que tanto ele conseguia sentir o perfume de vanilla vindo do Kouga? Aquele não era o momento. Aquele não era o lugar. Zero levou a mão ao nariz, tentando tampar aquele cheiro, sem conseguir. O cavaleiro fechou os olhos, virando e seguindo o perfume.

            - Zero, o que está acontecendo? Zero? - Shiruba perguntou, sem entender a mudança que sentia no Rei, sendo sumariamente ignorada.

Kouga matou o último horror que o atacava, o cavaleiro estava suado e o cabelo ruivo estava colado na sua testa. Ele ouvira a música começar a tocar, procurando da onde vinha o som. Naquela região não existiam nem bares ou lugares para tocar qualquer tipo de música, muito menos aquela. Pensava nisso quando sentiu o braço ser agarrado, virando e olhando pro Rei que estava de olhos fechados.

There'll be times
When my crimes
Will seem almost unforgivable
I give in to sin
Because you have to make this life livable
But when you think I've had enough
From your sea of love
I'll take more than another riverful
And I'll make it all worthwhile
I'll make your heart smile

            - Rei? O que foi? - O ruivo disse, vendo ele abrir os olhos, as pupilas tão dilatadas que mal davam para ver sua íris.

Zero se aproximou, ainda segurando o braço de Kouga, cheirando e lambendo o pescoço dele. Aquilo era viciante, o gosto do ruivo também era adocicado. O moreno grunhiu, quase um rosnado longo, forçando o braço do mais velho, quase o quebrando, empurrando ele de encontro a parede.

Strangelove
Strange highs and strange lows
Strangelove
That's how my love goes
Strangelove
Will you give it to me
Will you take the pain
I will give to you
Again and again
And will you return it

Kouga fora tomado pelo choque inicial, sendo atacado pelo cavaleiro. Ele puxou o braço tentando se soltar, vendo Rei o prender ainda mais e o beijar. Não era um beijo, era mais do que isso. Era selvagem, era dominador. Rei mordera com força os lábios do namorado, sugando o sangue quando esse começara a escorrer.

            - REI! O que pensa que está fazendo? - Kouga tivera o bastante, empurrando Rei longe e se afastando.

Rei recuperara o equilíbrio, indo de novo para o ruivo e o beijando, puxando a roupa que ele usava, tirando o casaco branco primeiro e o jogando de qualquer jeito no chão. Ele usou de sua força para manter o mais velho preso, falando entre o beijo.

            - Eu quero você. Quero você aqui. Quero que me coma, que me foda. Droga, eu quero você tão fundo dentro de mim. Kouga, Kouga, eu preciso disso. Preciso que me prove o quanto me ama. Só a mim! Você me ama? Me prove, prove agora o quanto! - Rei ia falando, se esfregando inteiro contra o outro, indo ate a calça dele e retirando o cinto que usava, segurando ele nas mãos.

Kouga parou de lutar, a incerteza vindo toda de uma vez em sua cabeça, ouvindo as palavras da Kaoru, tão verdadeiras. Era aquilo que Rei queria para saber que ele o amava. Então, era o que ele teria. Garo abaixou os braços, deixando que Zero o segurasse.

There'll be days
When I stray
I may appear to be
Constantly out of reach
I give in to sin
Because I like to practice what I preach
I'm not trying to say
I'll have it all my way
I'm always willing to learn
When you've got something to teach
And I'll make it all worthwhile
I'll make your heart smile

Aquilo também o estava afetando, o contato com Rei, seus beijos, suas  mãos deslizando devagar por seu corpo. Ele viu o moreno pegar suas espadas, uma de cada lado, cortando a roupa que ele usava com tanta força, as lâminas passando na pele clara, arrancando filetes de sangue.

Aquilo parecia que deixara Zero ainda mais descontrolado, ele lambendo os cortes e recolhendo o sangue do namorado com a língua. Rei pegara o cinto de Kouga e amarrara os pulsos dele acima de sua cabeça, vendo um cano longo sair de parede e o prendendo ali, voltando a dar atenção ao resto do cavaleiro.

Kouga se viu pendurado a parede, nu e sendo devorado pelo Zero. Ele fora mordido, arranhado, cortado e marcado pelo outro cavaleiro em todos os lugares possíveis. Era como se Rei precisasse arrancar algo da carne, da pele do ruivo. Quando o moreno se ajoelhara a sua frente, segurando com força seu sexo e sugando, Kouga soltara um grito baixo.

Pain will you return it
I'll say it again - pain
Pain will you return it
I won't say it again

Rei deixou o membro de Kouga molhado com sua saliva, subindo ate chegar em seus braços, o soltando do cano, fazendo com que se sentasse no chão. Aquilo iria doer, daquela forma, daquele jeito, mas era como deveria ser. Zero retirou a calça que usava, pegando seu cinto também  e subindo no colo do namorado. Era como se ele acompanhasse a música que estava tocando, era como se ela lhe dissesse o que deveria fazer.

Kouga gemeu de dor, vendo Rei subir em seu sexo, cravá-lo fundo dentro de si, começando a cavalgá-lo. Aquilo era errado, aquilo não era o que queria. Não daquela forma. Ele amava o moreno, aquilo não era amor, era…

Strangelove
Strange highs and strange lows
Strangelove
That's how my love goes
Strangelove
Will you give it to me
Strangelove
Strange highs and strange lows
Strangelove
That's how my love goes
Strangelove
Will you give it to me

Ele parou de pensar quando sentiu o couro em seu pescoço. Rei colocara o cinto que usava ali, puxando como se fosse um garrote, forçando Kouga a seguir seu ritmo, forçando o outro a fazer o que queria, apertando cada vez mais. Não estava respirando, não conseguia respirar. Zero o estava levando cada vez mais fundo, cada vez mais longe. A ereção do moreno se esfregava de encontro ao ventre do cavaleiro dourado, já pingando, já começando a derramar o sêmen quente. O cavaleiro prateado não consegui pensar, apertando o cinto em suas mãos, fazendo com que Garo o seguisse no ritmo em que o cavalgava, fazendo com que ele respirasse somente quando quisesse.

O moreno jogara a cabeça pra trás, gritando o nome do namorado, voltando o rosto para frente e atacando a pele já marcada, limpando o sangue que ali escorria, mordendo com força o espaço entre o ombro e o pescoço dele. Kouga não tinha mais nenhum ar, aquilo o levara ao abismo, gozando dentro de Rei e sentindo o abdômen ser molhado pelo líquido quente. Não vira mais nada, apenas a escuridão.

I give in
Again and again
I give in
Will you give it to be
I give in
I'll say it again
I give in

Rei deixou o corpo cair de encontro ao do ruivo, ainda o segurando pelo cinto em seu pescoço, a mente começando a clarear aos poucos. Ele abriu os olhos, horrorizado com o que acabara de fazer.

            - Kouga, Kouga. Deuses, Kouga. Abra os olhos, por favor. Abra os olhos. - Rei falava, segurando o rosto do ruivo, desapertando e tirando o cinto dali, jogando ele de lado. Ele se lembrou de Zaruba, virando para as mãos e retirando o outro cinto que as prendiam. Zaruba estava quieto, olhava para o Rei como se pudesse matá-lo. - Eu, eu... - Ele ouviu quando Garo puxara o ar, respirando com dificuldades.

Saindo de cima dele, o moreno foi até suas roupas, vendo o olhar perplexo de Shiruba, não a querendo encarar. Ele voltou para pegar Kouga no colo, sendo que ele era bem mais pesado, aquilo era um trabalho difícil de realizar. O segurando pela cintura, Rei começou a arrastá-lo para fora daquele porão.

            - Coloque pelo menos o casaco nele, Zero. Pelo menos não o leve assim, sem nenhuma roupa. Você já o violentou demais, não acha? - Ouvira a voz do Zaruba falando, voltando e pegando o casaco branco, colocando ele devagar no ruivo, as lágrimas escorrendo devagar pelo rosto.

Não havia perdão para o que fizera, nem explicação. Não sabia o que acontecera. Não entendia o que o tinha levado a fazer  aquilo. Rei seguiu pelo caminho makai, indo até sua casa e levando Kouga até o banheiro, ligando a água quente. Retirando o casaco e o deixando de lado, o moreno começara a banhá-lo, mesmo desacordado. Ele limpou com cuidado a pele do ruivo, não conseguindo se encarar, não... como fizera aquilo? O que estava acontecendo? Não sabia explicar, não sabia dizer.

Fizera tudo de forma mecânica,  secando e o levando até a cama, o deitando ali. Rei deitou ao lado do namorado, cansado por demais, esgotado de repente. Em sua cabeça ainda ecoava a droga daquela música. Ainda ecoava o grito de Kouga em seu ouvido. Fora desse jeito que ele adormecera.

I give in
Again and again
I give in
That's how my love goes
I give in
I'll say it again
I give in

***************************************************************************************************


Continua


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